sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Resposta: "Conflitos".


Ela implorou por um beijo.

Sabia que um só beijo e tudo estaria bem, que outro beijo viria, mais um, outro e tudo mais.

Sim, ela implorou chorando que lhe desse um beijo e só.
Mas ele disse que não.



Firme e frio, disse que não. Ele sabia, sem dúvida, que se cedesse ao pedido tudo estaria bem e que outro beijo viria e ele, decididamente, não queria. 
Foi por isso que ficou daquele modo, firme, frio. Ela implorava, olhos inchados, vermelhos, estava dessa maneira quando saíram à rua e ele fingia que nada, nada havia acontecido. 
Mas como ele conseguia ser assim, intransponível?
Diante dela, parecia que se convertera em pedra, pedra inteiramente não, muro inteiramente muro.
Que fazemos quando alguém que amamos se faz assim diante de nosso desejo, frente a nosso desespero?

Hoje os olhos estão secos.
Ela lembra. E ela entende que tudo foi bem pior: porque a pedra não era ele, porque a pedra era ela mesma, apesar de toda lágrima.
Sim, ela era a pedra dele, em que ele a transformara.

Um comentário:

Dindy disse...

Muito bom esse texto!!! Gostei do blog! Bjão